Número de cigarros eletrônicos apreendidos no Paraná aumentou 220% neste ano
O cigarro eletrônico é proibido no Brasil desde 2009. Especialistas alertam que aparelho é tão prejudicial à saúde quanto o cigarro convencional.
O número de cigarros eletrônicos apreendidos no Paraná aumentou 220%, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). De janeiro a outubro do ano passado, foram 140.274 aparelhos apreendidos. No mesmo período deste ano, foram mais de 455 mil apreensões. De acordo com a PRF, a localização geográfica do Paraná faz com que o estado se torne rota de tráfico dos aparelhos. “Normalmente esses cigarros vêm do Paraguai e adentram aqui em território nacional através das rodovias do estado do Paraná. Temos identificado essas rotas”, diz o inspetor da PRF, Pedro Faria.
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o comércio, importação, propaganda, armazenamento, distribuição e transporte do cigarro eletrônico no Brasil. Em abril desse ano, a Anvisa manteve a proibição após revisar a regulamentação e as informações cientificas mais atuais dos produtos. Em uma medida publicada neste mês, a Receita Federal anunciou que vai suspender o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) das empresas que comercializarem cigarros eletrônicos. Especialistas afirmam que além dessas medidas, desmistificar a ideia de que o cigarro eletrônico é melhor que o cigarro comum também é fundamental para acabar com o comércio do aparelho. “Ele é extremamente maléfico. Ele causa um dano muito mais precoce do que o cigarro convencional e ele tem diversos malefícios. […] Todos eles contêm nicotina. Fora a nicotina, eles têm outras substâncias como metais pesados, alcatrão, acetona. Então todas aquelas 4 mil substâncias que existem no cigarro tradicional também existem dentro do cigarro eletrônico”, afirma a pneumologista Karina Slemer.
Ainda de acordo com Slemer, as essências utilizadas no cigarro eletrônico são prejudiciais para os pulmões e podem provocar pneumonia grave. “Essa essência pode causar uma pneumonia chamada Evale. É uma pneumonia de alta letalidade, ou seja, alta mortalidade. Foi até descoberta no final de 2019 por que vários jovens lá dos Estados Unidos morreram de uma pneumonia que não tinha melhora com antibiótico, com antiviral. Na autópsia, no pós-morte, foi visto essa pneumonia como se fosse uma pneumonia gordurosa e a relação é que eram jovens que fumavam cigarro eletrônico”, explica Slemer.